segunda-feira, junho 1

Uma viagem de auto-conhecimento

Foi tudo num daqueles dias em que se não me levantasse da cama não iria importar tanto ao mundo lá fora. Não iria fazer tantos estragos. Estava deprimida, tinha acordado naquela manhã a pensar em tudo aquilo que andava a fazer na minha vida, talvez não fosse o mais certo ou errado, ou nem fosse essa a questão. Aquilo que estava em causa era aquilo que me estava a por assim e aquilo que eu estava a fazer a minha própria vida. Comecei então a pensar, sentada na minha cama a olhar pela janela a ver o sol a aparecer, como que se só eu e o sol não tivéssemos parado. O tempo parou, a televisão que estava ligada parou, tudo. Mas os meus pensamentos pareciam que tinham ganho asas e velocidade. Não paravam de me passar coisas na cabeça daquilo que tinha feito, das consequências que tinha tido, e da forma de voltar para trás nisso mas a andar para o futuro. Não tinha feito as melhores escolhas, em termos de amigos, de saídas, do que dizia, decididamente estava a entrar num momento arrepiante de retorno e arrependimento. Foi então que sem eu dar conta, e como que num passo de magia a minha mãe entra nesse mundo em que estava. Sentou se ao meu lado na cama, e falamos de tudo o que na minha cabeça estava a asucrinar. Ela foi como que um anjo que ali aterrou, e sem pedir nada em trocar fez me ver a forma como eu devia avançar. Sem mais estragos, nem arrependimentos. Foi uma luzinha muito reluzente no topo do buraco em que me tinha enfiado e uma corda para eu subir. Num estalar de dedos tudo voltou ao normal. O sol continuou a subir, a televisão continuou, e a minha mãe já não estava ao meu lado. Fez me pensar que não tinha um feitio fácil, e precisava de ouvir mais aqueles que sabiam as coisas. Não me deixar levar tão facilmente, nem por pensamentos nem atitudes. Aquele anjo foi realmente uma lufada de ar fresco e uma resposta a um pedido de socorro.

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