Quando era mais pequena adorava brincar com carrinhos no chão da sala da minha casa.
Fazia do tapete uma auto-estrada e do comando um autocarro. Estranho, não é? Mas era onde eu passava algumas das tardes distraída, sem fazer disparates.
Talvez não fosse muito normal, pois normalmente brincamos mais com barbies e nenucos. Mas eu também brincava com eles, metia as bonecas dentro de água e lavava-lhes o cabelo, penteava-as, enfim também me divertia com elas.
O meu pai sempre se meteu muito comigo, chegávamos a brincar juntos e a fazer várias palhaçadas que deixavam a minha mãe de cabelos em pé, no bom sentido.
Sempre que, alguém e até mesmo eu fazia anos, chorava sempre que cantavam os parabéns, não sei bem o porquê mas é curioso.
Pensava que éramos imortais até que um dia uma professora minha nos informou que todas as pessoas, ao fim de um determinado tempo da sua vida, acabam por falecer. Ora cheguei a casa e perguntei à minha mãe, que confirmou e eu desatei a chorar. Os desenhos animados são imortais e se calhar pensei que nós fossemos como eles.
Nas férias de verão eu e minha irmã íamos sempre, ou quase sempre passar com os meus avós, em Sintra, pois eu na altura morava em Mem-Martins. Divertíamo-nos a valer em casa deles, pois faziam-nos as vontades todas e levavam-nos sempre para um parque de diversões. Aquilo é que era as melhores férias de sempre. Em algumas dessas férias vinham os nossos tios e primos franceses, aí a diversão era a dobrar, mas coitadinhos dos meus avós, se com duas o trabalho já era cansativo com mais dois rapazes da mesma idade, que nós, era o caos. Mas sempre nos divertíamos muito. Íamos sempre passear, quase nunca ficávamos em casa. Passávamos os Natais em Mem-Martins onde o meu avô paterno, às vezes se juntava a nós. Outras vezes vínhamos a Sintra, digamos que era um ano com o meu avô paterno e outro ano com os meus avós maternos.
E pronto estas são algumas das minhas recordações.
