quinta-feira, junho 4

A Federação da Construção, presidida por Reis Campos, fala em "bomba relógio" preste a explodir em 2009

É uma relação de causa efeito que deve ser feita com cautelas, mas a Federação da Construção não tem receio em assumi-la: a probabilidade de o número de desempregados crescer em 2009 com mais 95 mil casos, a somar aos 68 mil que já há, só poderá ser evitada, se o Governo fizer uma aposta directa e clara na reabilitação urbana, permitindo, com ela, relançar o sacrificado segmento de produção de edifícios.
A posição da federação foi avançada ontem numa conferência de imprensa destinada a apresentar as perspectivas de desempenho do sector para 2009. A federação diz que em causa está "uma bomba relógio", que poderá explodir em 2009, caso não se avance com um plano de dinamização e relançamento do segmento da habitação.

Nos cálculos apresentados pela Federação da Construção, estes 95 mil desempregados podem surgir apenas no segmento habitacional, aquele que mais dificuldades tem vindo a sentir (a produção caiu só no ano passado mais de 10 por cento, e, em termos acumulados, mais de 40 por cento desde 2002) e que mesmo assim continua a ser o que tem mais peso no sector, representando 38 por cento da actividade total das empresas portuguesas.

A habitação absorve cerca de 60 por cento do total do emprego do sector, que conta com 350 mil empregados. Diz a federação que este emprego está inflacionado, porque a redução a que assistiu nos últimos anos consecutivos de crise foi "apenas" de 12,5 por cento, ou seja, metade da quebra registada na produção global do sector, que foi de 25 por cento. No caso de se vir a registar uma quebra de emprego equivalente à já registada na produção, a fileira de desempregados vai engrossar com mais 95 mil postos directos.

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