quinta-feira, maio 21


Imagine a situação: dois carros estão para se cruzar numa estrada quando, de repente, um animal entra lentamente na pista à frente de um deles. Na fracção de segundo disponível para reagir, resta ao condutor consentir-se de que não há tempo para travar e que desviar poderá resultar numa colisão fatal com o veículo que vem em sentido contrário. Um acidente, qualquer que seja ele, parece inevitável.
Mas esta situação, ao que parece, não vai durar muito tempo. Pois isto depende do trabalho dos engenheiros do Instituto Fraunhofer, na Alemanha. Eles estão a testar um sistema que permite aos carros coordenarem os seus movimentos sem a necessidade da intervenção dos condutores.
Segundo os engenheiros, os carros formam uma rede informatizada através da comunicação sem fios carro a carro. Na iminência de um acidente, o sistema assume o controlo dos carros, envolvidos na situação, fazendo com que cada um haja de maneira a evitar o acidente e evitando colisões uns com os outros.
Na situação deste exemplo, um dos carros poderia travar enquanto o outro usa a sua pista para desviar-se do animal. Tudo isto feito numa fracção de segundo, antes que o motorista tivesse tempo para reagir.
Este software permite que os carros sejam conduzidos de forma automática por curtos períodos de tempo. Para detectar os diversos tipos de riscos, estes carros são equipados com diversos tipos de sensores, incluindo GPS, radar e câmaras.
Os carros formam grupos cooperativos assim que entram na área da rede sem fios uns dos outros. Como os seus destinos e velocidades variam, os grupos estão em constante mudança, alterando-se dinamicamente para incorporar os veículos na mesma área e que possam envolver-se em situações perigosas, entre eles próprios ou pela acção de um terceiro que ameace todos os carros do grupo.
O software elege automaticamente um dos veículos como coordenador do grupo, retirando a situação de cada um dos outros, como direcção, velocidade e distância. Se um perigo surgir inesperadamente, como um animal que entra na pista, o problema é reconhecido não apenas pelo carro afectado directamente pela situação, mas também pelo coordenador do grupo. Se o carro em questão não pode, nem travar, nem desviar porque há um outro carro nas proximidades, o coordenador do grupo toma as acções necessárias na ordem adequada para livrar a todos o acidente.
O sistema ainda está em fase de desenvolvimento. A formação dos grupos e a "eleição" do coordenador já estão totalmente funcionais. Agora os engenheiros estão a melhorar a capacidade do sistema em reconhecer situações que são perigosas.

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