quarta-feira, maio 6

A LIFE é feita de momentos...


Falando nos media, pensei em falar de uma revista, infelizmente extinta, que tanto contribuiu para a Imprensa através da imagem, a grande amante da mente humana. Estou a falar, portanto da Life magazine. Esta revista americana tem as suas origens numa época em que as ilustrações teriam de servir para despertar a atenção dos leitores. Ficou conhecida, inicialmente pelas suas pin-ups, aqueles desenhos que mostram mulheres a fazer as suas tarefas diárias de cintos de ligas e batom vermelho (como aliás, todas as mulheres o fazem), pelos textos humorísticos, cartoons e críticas de teatro e cinema. Era sobretudo uma revista de entretenimento. Mas como revistas de entretenimento estavam fora de moda, a Life passou a ser uma revista de jornalismo. Fotojornalismo, mais exactamente. A Life tinha fotos que iam desde a morte de Kennedy à Marilyn Monroe( outra amante da mente), com vestidos curtos. Ambas provocaram grande sucesso, que no último caso se deveu ao interesse dos leitores, nomeadamente masculinos pela moda, único e exclusivamente pela moda...

A Life tornou-se um ícone do século XX, conhecida pelas suas fotografias chocantes e reveladores, talvez demasiado reveladoras em alguns casos… A verdade é que era impossível ficar-se imune à espectacularidade e crueza daquelas imagens. As imagens da Life eram uma definição da expressão: Uma palavra vale mais do que mil palavras. Muitos fotógrafos conceituados, ganharam esse tal estatuto de conceituados ( e merecido) por serem fotógrafos da Life. As pessoas reagiam a essas fotos como é tão próprio da natureza humana, ficando a olhar para elas tal como uma criança olha para as prateleiras da toys ´R us, e depois de um momento de análise intensiva da imagem exclamar um sábio e intenso: “Hiii, olha lá isto!” Hoje em dia, esta revista serve de inspiração a muitas outras que seguem a mesma linha de jornalismo, por se aperceberem do efeito que a combinação do ângulo, cor e altura certa, podem fazer uma verdadeira obra de arte (e para os do sexo masculino, não, não falo apenas das fotos da Marilyn Monroe).

O nome Life adequa-se na perfeição à natureza da revista. A vida não é letras, números ou estatísticas, disso estamos está o público farto, além de não o admitir para parecer inteligente e distinto. O mundo está cheio de vida, e a vida são as pessoas, os locais, os ambientes. Nada melhor do que falar de uma tragédia do eu mostrar o cenário devastado ou a expressão de dor na cara das pessoas. A VIDA é feita de momentos, e esses momentos quando apanhados pela câmara passam a ser imagens vivas, que traduzem o mundo!

1 comentário:

vera disse...

depois de ler o teu texto fiquei a conhecer melhor a revista, e achei bastante intressante, visto que mostra o lado real sem rodeios. bom trabalho =D