terça-feira, maio 26

O Instituto Português de Oncologia

Abraçar uma causa
(plano de trabalho)

A minha escolha de causa para abraçar é falar do IPO de Lisboa, que recebe doentes do Centro, Sul, Ilhas do país e PALOP’s, especificando na parte de Pediatria. Este foi um tema que escolhi porque achei que estava mal informada e com uma ideia errada do que é o IPO e de como tudo se processa lá dentro e como é um dia. O meu grande interesse por crianças foi um dos principais factores que fez escolher a parte de pediatria, e como em qualquer altura podemos ter alguma criança a passar por uma doença oncológica devemos estar preparados. Foi numa visita ao IPO para fazer este trabalho que percebi a imagem errada que é passada cá para fora. Fiz esta visita com duas educadoras de infância na Pediatria do IPO. No 7º piso, do edifício central é onde ficam as crianças e adolescentes quando estão numa fase inicial de tratamento e de internamento. Está dividido em várias salas e quartos. Salas de brincadeira e de convívio entre doentes e familiares, salas das educadoras, uma sala que dão o nome de escola onde se tenta que haja uma ligação com escola de onde vieram para que não percam ao máximo a matéria, salas de trabalho dos enfermeiros e médicos e sala dos voluntários e os quartos de isolamento ou de internamento apenas. É nas salas de convívio e de brincadeiras onde se tenta que os familiares e doentes tenham um tempo em que se abstraíam dos problemas e da doença. Os familiares vão tendo uma troca de experiências entre eles e vão-se criando amizades.
O IPO é levado muitas vezes como uma instituição, mas é uma das ideias erradas que se as pessoas têm. As crianças do IPO não são umas coitadinhas nem nada assim, são crianças que estão a passar uma altura má nas suas vidas em que precisam de estar no hospital e com ajuda médica. Mas são crianças capazes de sorrir e de ter momentos bons, aprender e divertirem se mesmo nesta fase tão má.
O IPO está cheio de doações, doações que recebem, mas que nem sempre são as mais certas. As pessoas dão aquilo que já não querem, e deviam dar aquilo que gostavam de receber. Levou me a pensar na forma como ajo(?) e como penso. Se não queremos aquilo que doamos porque razão hão de aquelas crianças querer? . O IPO não é uma instituição para crianças desfavorecidas, é um hospital com crianças que estão à espera de ser curadas e de tratamento, crianças iguais às que estão cá fora. O IPO tem uma grande preocupação em tentar que aquele ambiente ali vivido seja o mais familiar possível e que leve a que as pessoas se abstraíam de tudo o que se passa nem que seja por momentos. Os pais ou alguém responsável pelos doentes, podem permanecem junto dos doentes, já que esta proximidade é necessária e muito bem vista aos olhos dos médicos, sendo estes tratamentos tão dolorosos. Há toda uma envolvência por parte dos médicos, enfermeiras, educadoras e até pais que estão ali com os filhos, com outras crianças do serviço de Pediatria.
Há no IPO, e fora do edifício central, uma sala de espera onde as crianças, adolescentes, ou antigos doentes em ambulatório, onde estão à espera entre as consultas, os tratamentos ou as análises no “hospital dia”. É nesta sala onde há espaço para brincadeiras, para os mais pequenos e adolescentes, e um espaço mais calmo e multimédia.
Todo o IPO tenta levar a “rua” ao hospital para aquelas crianças que ainda não podem sair. Tentam ao máximo fazer com que a fase difícil por que estão a passa estes doentes, tenham o sofrimento minimizado ao máximo.
Eu faço este trabalho e abraço esta causa com o objectivo de me instruir a mim própria e dar a conhecer o IPO e todo o trabalho que é realizado no IPO ás outras pessoas. Há uma necessidade enorme de ensinar às pessoas a forma como lidar melhor com as doenças oncológicas e como fazer uma reinserção na sociedade sem descriminações nem cometer erros. E fazer com que não achem que estas crianças ou adolescentes são uns coitadinhos. Temos de aprender sobre as doenças para poder mos ajudar realmente.

1 comentário:

Jar disse...

Hoje toda a gente falou de cancro. Deve ser horrível descobrir que se tem uma doença como o cancro. Só o nome já assusta, quanto mais a doença e passar pela quimioterapia, radiação ou imonossupressores e poder não sobreviver à mesma. Ainda por cima crianças, que têm toda uma vida pela frente, mas que se vêem assim possivelmente privadas dela ou simplesmente sem uma parte da infância que foi vivida apenas para sobreviver.